Este é um artigo escrito por Antônio Nahas, Presidente da NMC Sustentabilidade Integrativa, publicado no Diário do Aço.
A Mineração Usiminas (MUSA) está concluindo seu primeiro inventário das emissões de gases geradores do efeito estufa. Esses gases incluem, além do dióxido de carbono, o gás metano, óxido nitroso e ozônio. Como é sabido, tais gases flutuam na atmosfera do planeta; absorvem uma parte dos raios do sol e os redistribuem em forma de radiação na atmosfera, aquecendo o planeta em um fenômeno chamado efeito estufa.
O inventário da emissão destes gases inclui mapeamento, classificação e mensuração das emissões. É composto por três escopos básicos: o Escopo 1, que são as emissões liberadas pela empresa na queima de combustíveis fósseis (diesel, gasolina, entre outros); o Escopo 2, que enfeixa as emissões liberadas a partir do uso de energia, seja ela adquirida ou comprada e o Escopo 3, que envolve a produção de matérias-primas adquiridas pela empresa; transporte das mesmas, dos bens finais produzidos e a geração de resíduos pela empresa.
O último escopo é muito amplo, embora não seja obrigatório para todas as empresas. O objetivo da MUSA é levar o inventário para sua certificação externa, certamente, junto ao Programa Brasileiro GHG Protocol (Protocolo GEE - Gases Efeito Estufa), gerenciado pela Fundação Getúlio Vargas.
Obtendo o selo junto ao GHG Procotol, a MUSA demonstra a seus clientes sua neutralidade e equilíbrio nas emissões de gases efeito estufa, bem como seu compromisso com as metas ambientais.
“O passo dado pela MUSA abrirá mercado para a empresa e assegurará sua competitividade”
Os técnicos responsáveis pelo inventário informam que, "A partir deste passo, conseguimos entender o cenário das emissões realizadas em nossas atividades - desde a utilização de ônibus para transporte de colaboradores até o trabalho com equipamentos e máquinas. Tudo isso é monitorado e acompanhado com o objetivo de traçar estratégias para a redução efetiva de emissões. Em breve, o inventário será ampliado, e deve incluir as emissões oriundas do transporte marítimo do minério".
Certamente, este passo dado pela MUSA abrirá mercado para a empresa e assegurará sua competitividade. Isto porque, conforme mostra a elaboração do inventário citado acima, não basta que a empresa neutralize suas emissões de carbono. Seus fornecedores também devem neutralizá-la.
Assim, os clientes da MUSA podem adquirir minério de ferro cuja produção é, ou brevemente será, neutra na emissão de Gases do efeito estufa em toda extensão da sua cadeia de valor. Estes passos, seguidos em sequência, assegurarão que os bens finais - carros; eletrodomésticos - terão todo seu ciclo produtivo - da produção de matérias-primas até sua distribuição -, neutros em carbono.
A Usiminas também tem dado passos decisivos nesta direção e está firmando Acordos e parcerias comerciais para utilização de energia solar na sua planta industrial, o que levará a uma significativa redução na emissão de gases efeito estufa.
Está também realizando inventário da emissão de carbono da sua planta de Ipatinga, o qual deverá confirmar todo o esforço de sustentabilidade ambiental realizado pela empresa.
“O Plano Verde prevê um tributo sobre a emissão de gás carbônico, como forma de penalizar setores que não se preocupam com a transição climática”
Tais ações são importantes e coerentes com as ações desenvolvidas em nível federal pelo governo. Pelo que informa a imprensa, está em fase final de elaboração o Plano Verde que prevê, entre outras ações, um Tributo sobre a emissão de gás carbônico, como forma de penalizar os setores econômicos que não se preocupam com a transição climática.
O plano prevê também outras ações importantes: implementação de painéis solares em bairros das periferias das cidades; fim dos lixões até 2024; eletrificação do transporte nas cidades e nas estradas; programa de pesquisa e mineração para reduzir dependência externa e prospectar minerais que estão sendo muito utilizados, como o lítio.
Enfim: implementação de Política pública coerente e consistente com a Agenda dos grandes países do mundo.
*Antônio Nahas Jr. Economista.
Participou em diversas administrações municipais em Ipatinga e Belo Horizonte. Atualmente é empresário e presidente da NMC Projetos e Consultoria.